Em uma recente palestra co-organizada pela Belinger e pela Abrasel Rio, a Ativo Advisory uniu forças com especialistas renomados do setor para discutir estratégias práticas para melhorar a gestão de bares e restaurantes. Vamos explorar as principais ideias compartilhadas nesta palestra inovadora.
Boas práticas para demissões com justa causa e gorjetas
A primeira parte do evento foi guiada pelos especialistas da Belinger, que trouxeram ao palco um tema essencial para o gerenciamento eficiente de recursos humanos em bares e restaurantes: a gestão de demissões e gorjetas.
Demissões com Justa Causa
A demissão com justa causa é um processo delicado que exige cuidado e cautela, considerando o impacto significativo que pode ter tanto para o empregado quanto para o empregador. É importante seguir as melhores práticas quando se trata de demissões. Isso inclui garantir a observância estrita da legislação trabalhista e a manutenção de uma comunicação clara e transparente durante todo o processo.
A demissão por justa causa é uma opção quando os outros mecanismos de gestão e solução de conflitos falharam. Por isso, é importante manter registros detalhados e documentar todas as etapas do processo disciplinar. Isso pode ajudar a proteger o restaurante de potenciais ações judiciais no futuro.
Gestão de Gorjetas
As gorjetas também apresentam outro conjunto de desafios para os gerentes de bares e restaurantes. É de extrema importância estabelecer um sistema de distribuição de gorjetas que seja justo e transparente.
As gorjetas pertencem aos funcionários, e não ao estabelecimento. Portanto, é crucial desenvolver um sistema de distribuição. Além disso, os restaurantes devem estar cientes de suas obrigações legais em relação às gorjetas. Por exemplo, a legislação brasileira exige que as gorjetas sejam registradas como parte do salário dos funcionários para fins de contribuição previdenciária e tributária.
Regimes Tributários: Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido
Nós da Ativo abordamos um assunto crucial para qualquer empresa, mas especialmente relevante para o setor de bares e restaurantes: a escolha do regime tributário adequado.
Simples Nacional
O Simples Nacional é um regime tributário voltado para micro e pequenas empresas, reunindo em uma única guia de pagamento diversos tributos federais, estaduais e municipais. É uma opção que visa simplificar a administração tributária, diminuindo a burocracia e o tempo dedicado às questões fiscais. No entanto, nem todas as empresas se encaixam nos critérios para optar pelo Simples Nacional, é necessário avaliar o faturamento e a atividade da empresa.
Lucro Real
No regime tributário do Lucro Real, a empresa calcula os impostos com base no seu lucro efetivo. Este regime pode ser mais vantajoso para empresas com margens de lucro menores ou com altos custos operacionais, pois permite deduções significativas. Entretanto, é o regime mais complexo, exigindo um controle contábil e financeiro mais rigoroso.
Lucro Presumido
O Lucro Presumido é um regime tributário em que a base de cálculo dos impostos é presumida pela legislação, a partir das receitas da empresa. Este regime é indicado para empresas com lucratividade alta, uma vez que o imposto é calculado sobre uma presunção de lucro e não sobre o lucro efetivo.
É essencial fazer uma análise cuidadosa e criteriosa para a escolha do regime tributário. Esta escolha deve levar em consideração não apenas a situação atual da empresa, mas também projeções futuras. Desta forma, é possível escolher o regime que melhor se adapte às necessidades da empresa, minimizando a carga tributária e otimizando o uso dos recursos financeiros.
Com uma compreensão clara de cada regime tributário e o apoio de um especialista em contabilidade e finanças, os empresários estão mais preparados para tomar decisões informadas que beneficiem seus negócios a longo prazo.
Saiba mais sobre o tema no nosso blog: “Regime Tributário: As diferenças entre Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido”
Planejamento Tributário na Gestão de Bares e Restaurantes
Ainda como parte da participação da Ativo, foi discutido em detalhes o planejamento tributário voltado especificamente para bares e restaurantes. Este tópico é particularmente relevante dado o elevado encargo tributário que incide sobre o setor alimentício no Brasil.
O planejamento tributário é um processo estratégico que envolve o estudo e a compreensão das leis fiscais a fim de minimizar a carga tributária. No setor de alimentação, isso pode incluir o conhecimento de impostos específicos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que podem ter taxas diferenciadas para certos produtos alimentícios.
O objetivo do planejamento tributário é garantir que o negócio esteja em conformidade com todas as obrigações fiscais, evitando penalidades, mas também aproveitando ao máximo as oportunidades de redução de impostos. Isso pode envolver, por exemplo, a escolha do regime tributário mais adequado, como discutido anteriormente, ou a utilização de incentivos fiscais disponíveis.
Um exemplo prático disso é a análise e o planejamento dos itens do cardápio em restaurantes. Diferentes alimentos podem estar sujeitos a diferentes alíquotas de impostos, dependendo de fatores como a forma de preparação e os ingredientes usados. Portanto, uma análise cuidadosa pode ajudar a identificar maneiras de otimizar o cardápio para reduzir a carga tributária.
Além disso, um planejamento tributário eficaz pode também auxiliar na gestão do fluxo de caixa, já que permite um controle mais preciso e previsível dos pagamentos de impostos.
Saiba mais sobre o tema no nosso blog: “Planejamento Tributário para Restaurantes: Uma receita para o sucesso”
Gestão do CMV (Custo de Mercadorias Vendidas)
Bia Fraga, consultora especializada em gestão de restaurantes, abordou a temática do Custo de Mercadorias Vendidas (CMV), um dos aspectos financeiros mais cruciais para a rentabilidade de estabelecimentos do setor alimentício.
O CMV é a soma dos custos diretos envolvidos na produção dos alimentos e bebidas vendidos por um restaurante. Isso inclui o custo de matérias-primas como ingredientes alimentares, mas também pode incluir outras despesas diretamente relacionadas à produção, como mão de obra direta.
A gestão eficaz do CMV é crucial para a rentabilidade de um restaurante. Um CMV elevado pode significar que o restaurante está gastando demais em ingredientes ou em mão de obra, ou que está enfrentando desperdícios significativos, seja por excesso de produção, perda de ingredientes ou má gestão do estoque.
Existem várias estratégias para otimizar a gestão do CMV. Uma delas, por exemplo, é a padronização de receitas, que ajuda a garantir a consistência não só na qualidade dos pratos, mas também no controle dos custos de ingredientes. Além disso, o monitoramento contínuo e a análise dos custos podem ajudar a identificar problemas e oportunidades de melhoria.
Outra estratégia importante é a gestão eficaz do estoque. Ao controlar cuidadosamente as compras de ingredientes e monitorar o uso e o desperdício, é possível reduzir custos e melhorar a eficiência.
A gestão do CMV é uma área complexa que pode ter um impacto significativo no resultado final de um restaurante. Portanto, é importante adotar uma abordagem sistemática e profissional para essa questão, e buscar o apoio de consultores e especialistas quando necessário.
Integração e otimização na gestão de bares e restaurantes
A palestra revelou diversas estratégias para otimizar a gestão de bares e restaurantes, desde a escolha do regime tributário à gestão eficiente do CMV. É evidente que a gestão bem-sucedida de um restaurante exige a integração de diversas áreas de especialização, cada uma contribuindo para a saúde geral do negócio.
Quer ajuda para implementar essas estratégias no seu negócio?